Paulão com um dos produtores do Evento na Estação do Som
Sábado/18 - 22h – local: JAÚ CLUBE. Um porte estrutural arquitetônica eclético que impera na cidade de 175 anos de existência. Salientando alguns prédios em art-decor. "Gosto de curtir as igrejas, a matriz é gótica e gigante." Em meio de uma praça, que ainda não foi cercada de grades como muitas no interior do estado. O visual da cidade é monumental, tendo uma lei que os protege dos emergentes que insistem em derrubar a história, em Jaú eles dançam e dançam feio, suas obras embargadas fazem parte do cenário triste da cidade. O Clube de Jaú domina uma esquina central da cidade, uma escadaria vertical que te leva até o salão nobre do clube. Não sou um vidente do CSI, mas juro que imaginei a nobreza dos áureos tempos de 1930, 40 e 50, desfilando aquela elegância, a pureza da linhagem. Fineza que só os clássicos tem. Para abrir o show de blues, a rapaziada do Blues De’Ville, um verdadeiro blues de veludo azul, rasgado nas linhas férreas da estação do som. De’Ville é um caso especial, um show completo, seus discos estão esgotados, sua presença é marcante, sua apresentação é cheia de cenas de um vocal que tira de uma gaita em dó. Todo o balanço dos anos cinquenta, fazendo siluetas dignas de um velho bluzero. Quando fiquei sabendo que naquele minúsculo palco tinha estado o magnifico, o imortal VILA LOBOS, aí deu febre, subi no palco e apresentei a próxima banda: Jigo Dog Blues Band, o blues salgado de Londrina, estava a vinte centímetros do chão, planando de emoção... Aíííííí Jaúúúúúúú, it’s only rockn’n’roll, but a fuck'in all do time, about this. Desci as escadarias, ali pela 1:14 da manhã quando chegava a polícia para saber quando seria o fim, cara!!! Quando pinta a polícia, é porque o evento é bom...
Domingo/19 – 16h – Estação do Som – Mais um monumento da cidade. Não se tem mais acesso a linha férrea, existe um isolamento, não se pega mais trem ali. O prédio é poderoso, e lá venho com a sensação de vidente do CSI, as bilheterias, as salas e seus departamentos, o banheiro que perguntei porque não foi isolado, ainda se usa normalmente, um banheiro da época, a engenharia das patentes, só vendo, os mijadouros verticais são inesquecíveis. Um palco foi montado em frente o bar que respira até hoje o teor etílico que foi festejado neste dia. Cinco bandas locais, iniciantes com presença forte de que serão um dia, uma tinha um guitar, outra tinha um vocal, aquela um batera, em determinado momento, fui apresentar uma delas quando iniciei a fala, fazendo uma projeção no futuro, dizendo que estava chegando a vez de se ouvir as músicas próprias e que o vale das couves estava findando, vi uma serpente de fumaça no horizonte, chamei o vocalista da banda e apontei: Vejo em sinais de fumaça dizendo que uma nova era esta chegando, a era da música própria, a platéia foi ao delírio e o vocalista também, e quando a platéia se tocaram para olhar esta realidade, a fumaça se dissipou no céu, uma cena delirante com certeza. Quando fomos apresentar a banda convidada os Bufalos D’Agua , iniciou um vento em alta velocidade que os pratos da bateria chegava a obedecer sua ordem de caos, ventos que quase carregaram o saxofonista. Neste momento fiz a última profecia: Em posição de surfista imaginário, bradei: Nos gostamos de surfar em altas tempestades "vem ni mim" senhor dos ventos uivantes que vamos surfar ao som dos Búfalos encharcados, mas isso não foi tudo, no final da apresentação, heis que surge em segredo como um dragão, como um grand funk railroad, o grande barato da estrada de ferro, com quatro composições arrastando uns trinta vagões, passou indiferente a nós e sumiu na noite, deslizando os trilhos silenciosos.
JULHO CULTURAL ainda continua até 01 de agosto próximo. Com teatro de rua, hip hop fest, workshop de Luis Felipe na guitarra, espetáculo de circo, corda de barro, menestréis, orquestra de sopro de Lençóis Paulista, o poderoso Trio Tamoyos, tributo a Elis Regina, e vai por aí... Agradecimentos ao Morais, diretor geral ao Betinho, direção musical, Calebe, imagens. Produção: Maila Faracco, Silvia Carignato, Marçal Troiano da linhagem dos Troianos de Campinas, ao grande Andre Galvão mentor desta epopéia cultural, enriquecendo mais a 18º edição que ficara na história de Jaú. Voces sabem bem; história é com Jaú.
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