ADEUS AO FILHO DO SOM
SAILE WANDERLAN BARBETO (Sailumba)
1949 - 2011
Saile foi um figura ímpar , divertido, musico sempre, sofreu o blues na carne, sempre as amou, sempre as completou, e elas diziam bye, bye so long very well. Saile foi o fiel "filho do som !"
Minha historia com ele: Acabei de chegar de Curitiba em 1967 trazendo na mala uns 10 albuns de rock forte, legitímo tipo Animals, Stones, Yardbirds,The Who, Hullabaloo, e outras encrencas do tipo. Eu já havia conferido em programa de Tv, onde sua banda se apresentava, o nome da banda : OS ELES, Marinho no baixo, Paulinho na bateria, Luiz na guitar base e Sailumba no vocal e guitar solo, eles tinham um presença diferenciada das bandas que participavam deste programa : Programa Tia Lucy. Alem de usarem perucas que fez com que não o reconhecesse quando apareceu em minha casa três ruas abaixo da dele, no jardim Shangri-la "B". Saile, Marcos e amigos paqueravam minha irmã, que tinha uma presença de Liz Taylor, chamava atenção. Fatima disse a eles que eu acabara de chegar trazendo uns Lp's, eles imediatamente correram para conferir, dai para frente ficamos amigos pelo som.
Os Eles tiravam musicas dos Stones e The Byrds, duas bandas raras nas mãos das outras bandas. Os Brights tiravam Dave Clark Five, Os Magnatas tiravam Beatles, Renato e seus Blues Caps, Os Cinco Falcões tiravam algumas próprias, dos Incriveis e dos Fevers, os Black Scorpions, tiravam tudo, Roberto Carlos, e uns rocks desconhecidos, Jet Blacks, Fevers e próprias. Cirilo's que era destacado tirava coisas estranhas e definimos como coisa do Zappa e passamos a chama-lo de Frank Lada. Nesta época corria nos subterraneos das vilas Os Moscas, coisa tosca que vinha da Vila Casone, lado oeste da cidade, uns caras estranhos tipo, Mosquito no vocal, Roberto Pereira no baixo e Claudião Coimbra na guitar e Luiz Carlos Aurélio no vocal e guitar,Luis era considerado o Eric Clapton na roda de musicos, uns caras casca grossa. Isto era Londrina nos anos 64/69.
Através do Sailumba acabei conhecendo todos e se envolvendo com eles, opinando na roda e de road quando conseguia, a disputa era grande. Logo cedo pegamos o Roberto Pereira e colocamos do nosso lado, e começamos a chama-lo de J. Jorge para se aproximar da banda americana : J. Geils Band. Sensei Clovis trouxe uma guitar para J.Jorge ele passou a ser guitarrista, dos bons, nervoso, corroendo como Jimi Hendrix, o negão babava e seus solos não tinha mais fim. Sailumba pegou nas lestras e mostrou ser bom nisso. Em um festival londrinense, ITAMAR ASSUMPÇÃO estava selecionando musicos, pedimos para colocar o Jorjão fazendo a introdução da musica : Eu só fumo se mi dão, eu só ando na Av. São João, classificada no festival de Londrina de 68/69. Forçamos a barra e lá estava J.Jorge de guitarra em punho saindo na frente do Ita, que deixou passar, dado momento Itamar olhava para mim assustado, dizendo : O negão não quer parar, faz ele parar Paulão, faz...viviamos pelas noites procurando espaços para nossas reuniões musicais, batizamos todos os vales verdes, e nesta noite estavamos no futuro Zerão, os carros fizeram um circulo todos de farol ligado, uma fogueira foi ascesa e musicas de Jim Morrison corria solto pelo vale, as meninas dançavam a dança da chuva dos Navajos e as profecias ecovam pela noite : Um dia aqui teremos um palco para podermos tocar com os instrumentos elétricos, uns dez anos depois nascia a "Concha Acústica do Zerão"
"Quando acordo já quero fazer um som, quando como só como se estiver ouvindo um som, por isso baybe é que todos me chamam filho do som",gosto muito de : "No negro tapete de pixe da estrada que nos leva a lugar qualquer, eu como muitos nessa vida sofri de mais por querer amar , sofri de mais de mais por querer amar ", muito forte para a linha de blues que Sailumba vinha carregando.
Sailumba quando na banda Eles tiravam muito Stones : Go by ruby tuesday, good could rain over me..My sweet lady jane, when i see you aguain.. look the stupid girl, when talk about, shout my yer..under my thumb, the girl who, not fade away... aí Sailumba virou solo e as musicas eram mais para Mister Eric Burdon and The Animals : Ring on fire...Talk about you...the train keep rollin'... Animalism era o forte, com cenas ao vivo c/ records em studios. Saile assimilou a voz de Eric e a sua. J.Jorge vinha logo atras corroendo com sua guitar Giannini modelo Strato/prata um must, e os buracões verdes da cidade começaram a ficar iluminados com o som dessa tropa. Sailumba trabalhava a semana em secretarias da Prefeitura e eu em um cartório do Fernando Busse. Fernandinho de hoje eu vi nascer e levava na escolinha do peixinho logo acima do cartório na Alagoas. O encontro com Marquinhos baterista e Juninho foi colisão direta para montarem o Caça Nikel, no vácuo aparece Catu, um baixista excepcional, criativo, mentor até a alma, sabia tudosempre achei que ele era um fugitivo na N.A.S.A, montava e desmontava uma guitar, um cubo, uma mesa, o cara é o cara. As nuvens escureceram e nasceu o Belzebu, e logo após o Luzibell, e fomos para o Castelo Eldorado participar musicalmente da abertura do primeiro campeonato de moto cross do nortão do Paraná. Estamos ouvindo Black Sabbath e Deep Purple, e sai de baixo, sem muito detalhes a casa que foi o palco pegou fogo na noite de estréia da banda.
Logo após ainda na fumaça eles iniciram o som, com o Mikita o tecnico que fez a mesa, enorme parecia um esquife, quando menos se espera ele sai de dentro da mesa numa escuridão bendita somente uma luz no palco balançando com o vento e o som comendo solto, rangendo, tremendo, apitando e a fumaçera aumentando cercando o local, foi bizarro assustaria até o Ozzy. Voltamos do Castelo Eldorado e fomos circular por espaços limitados como clubes e as academias de karate, com o apoio do Karatê Nyhon Karate Kyokay do Norio Haritani, outro maluco que acreditava em nós por uns seis meses circulamos pelas academias e Exposição, heis que tudo vira fumaça, quando a aparelhagem volta para a casa do Inglês na rua Parayba, e numa tarde de ensaio, sozinha pega fogo com todos dentro. Foi o bom motivo repensar e encerrar este capitulo.
A Volta do Caça
Esta banda volta as raizes de se fazer as letras serem cantadas, e atrair as gatas. As letras do Saile eram muito boas, e com sua voz de Rod Stewart, bem sofrida e autêntica, atraia as gatas como nuca, este era o grande detalhe do Saile, ele atraia as gatas o suficiente para ele e para os amigos. Eu sou bem mais leve do que voce pode sonhar....Lá vem o primo pedindo hei moça me dá um copo de leite, um pedaço de pão....Ele gostava de ser chamado de primo por causa de seu nariz avantajado, nessa época ter um narigão era a confirmação que o dono do dito cujo tambem era bem dotado, aí eu tirava uma nele dizendo que seu nariz era normal sua face que era afastada desta péça egoísta: o nariz, ele nem se importava no fundo as gata confirmavam a veracidade, de nariz ou sem nariz, a verdade era uma só, chovia mulher no pé desse cara, só que ele era romântico, até as que eram só para: em transito, rapidinhas, ele se apaixonava, e o escolhido era eu para dar o ombro e o cara se lamentar. Nós trabalhavamos a semana toda só na sexta a noite até o domingo na hora do almoço é que estava liberado para : tudo ou nada ou infinito. Formamos uma coleção dos The Byrds, faziamos o pedido na galeria Marchezini , onde hoje é o Ludendreen na Av. Rio de Janeiro quando chegava, íamos buscar, engrachavamos os sapatos na galeria, pegavamos o album e direto para o restaurante Chan na Rua Benjamin Constant nosso bairro chinês, ao pedido de arroz shop suê, peixe frito empanado, Aquissôba e coca cola, ouviamos na vitrola do restaurante o album inteiro, muito bom, careta e saudável.
Espero que sinta que esta época foi quando o rock and roll nasceu e aí ele virou rock'n'roll, mais chapado e rolante. Sailumba sempre foi um garoto de familia, até suas ultimas horas quando procurava um lugar para deixar sua mãe, sabendo que se estado era terminal, um cara romântico, sensível, amigo e um grande luthier no final de sua vida. Ultima vez que nos vimos ele veio até e concha onde fico e mostrou sua nova motocicleta, sua paixão maior, nos bons tempos ele me influênciou a ter uma tambem , enquanto ela ia de Java, Ducatti, Triumph, Honda peguei uma India 250cc, rabo sêco cortado para apoiar dois amortecedores e apoio tecnico sempre dele, voávamos por esta estrada Londrina-Cornélio-Londrina-Rolândia, pelas estrada das fazendas, paralelas, voavamos por estas estrada empoeradas feitos loucos Easy Riders até o esticar o cabo, chupando laranja, melância, beijinho das caipiras, fugindos dos prováveis sogros e cunhados, era um tempo muito bom eu sabia disso.
Adeus Amigão, você sempre será uma imagem feliz deste meus tempos que nos divertiamos escapando de todas e morrendo de rir na segunda feira brava de trabalho, esperando o próximo sabado chegar, era só aventura sem pensar em mais nada, só viver intensamente o tempo todo, obrigado amigo. ÓHH PAI, receba meu amigo, que muito fez, lutou o tempo todo para dar certo, e só o senhor sabe como ele me ajudou e salvou minha vida varias vezes, deixe-o confortável ao lado de gente boa como os Jimi's, Steve R.Vaughan, Brian Jones que curtiamos muito, Morrison garoto danado, fico lhe devendo essa"primo" me cobre quando for minha vez...Amém.
foto: Esquerda : Enrique, pernas do Paulao tirando a foto, direita Sailumba.
O nome da banda era Os Eles : tradução da banda de Van Morrison : Them
local da foto: casa do Saile no Jd.Shangri-lá "B"
Data da foto: 1968/69
PERSEGUINDO O BLUES
Perseguindo o Blues sera o nome de um programa que editado pela radio WEB AZYLO. COM, brevemente dentro deste blog ou em um lugar a ser determinado, vem aí...KENNY WAYNE SHEPHERD 10 DAYS OUT BLUES FROM THE BACKROADS
O caminho que este garotão fez , foi feito por muitos que estavam a procura de raizes do blues.
Sei do Robert Plant recentemente, dos Stones em Exile Main Street (dvd), sei de Eric Clapton, todos queriam conhecer e tocar com as figuras excentricas que por lá vivem escusas da Mídia.
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